Aqui que fala é Rogerio Saladino, jornalista, escritor, game designer, autor e entusiasta de RPG, terror, horror cósmico e de filmes de qualidade duvidosa. Mas isso você já sabe!
A partir de agora estarei aqui no Cenotáfio de Saladino para falar de um monte de coisas bizarras, estranhas e malucas sobre RPGs, jogos de mesa, literatura, cinema e outros assuntos que podem servir de inspiração ou ajuda pra jogos e campanhas… ou não necessariamente, mas são bem legais!
Cenotáfio é o nome dado a um mausoléu ou cripta ou obelisco feito para se lembrar de alguém ou algo, mas sem um corpo ou cadáver presente. É um memento, um lugar para se guardar recordação e histórias.
Não se incomode com as teias de aranhas e sarcófagos vazios, e espero que divirta-se com o que vou trazer pra vocês!
Filmes para entrar no clima de Achtung! Cthulhu
Achtung! Cthulhu está chegando com tudo nas mesas do jogadores do Brasil e que melhor forma da gente receber esse novo jogo do que com filmes que parecem terem saído diretamente das páginas de seus manuais?
Bom, nazistas são vilões que todo mundo gosta de trucidar e, somado ao fato de eles terem feito muita coisa idiota e estúpida durante a Segunda Guerra Mundial, fica mais ou menos fácil de entender como foram usamos como oponentes e causadores de desgraças e monstruosidades em inúmeras obras cinematográficas.
E como mencionar Hellboy (o primeiro filme, de 2004, do diretor Guillhermo del Toro) seria covardia, vamos falar um pouco de algumas produções pouco conhecidas que podem dar ótimas ideias ou inspirações para a sua mesa de jogo.
Fica o aviso de que nem todos os filmes a seguir são exatamente a melhor coisa que já passou numa tela de cinema ou numa televisão. Aliás, algumas são realmente ruins mesmo… Assista por sua conta e risco!
Horror em Alto Mar (Shock Waves, 1977, direção: Ken Wiederhon)
Depois de sofrer um acidente em um iate de passeio, um grupo de pessoas vai parar numa ilha onde vive um simpático senhorzinho, que depois eles descobrem ser um ex-comandante da SS que está escondido lá. E, para deixar as coisas mais estranhas, tem lá um grupo de zumbis nazistas aquáticos.
Não tem muita coisa cthulhesca no filme, mas… zumbis nazistas aquáticos! E é um dos últimos filmes de Peter Cushing, famoso por ter interpretado o dr. Van Helsing e o Dr. Frankenstein em diversos filmes da produtora britânico Hammer.
É como se o Dr. Frankenstein fosse passar férias numa ilha tropical e acabasse criando uns zumbis no seu tempo vago. Um filme curioso e divertido, embora não tenha lá grandes novidades na parte de história, além da premissa um tanto bizarra.

A Fortaleza Infernal
(The Keep, 1983, direção: Ken Wiederhon)
Um grupo de nazistas encontra uma estranha fortaleza (ou fortim, que é o nome original da história) que acreditam ser a maior descoberta sobrenatural da História, e que certamente vai dar a vitória para o Eixo.
Mas quando começam a investigar a antiga construção, vão descobrindo que a parte sobrenatural da coisa é bem maior do que a parte da descoberta. O lugar foi feito para contar um mal ancestral e a abertura da tal fortaleza ativou forças que existem para conter esse tal mal (no caso, interpretadas pelo excelente ator Scott Glen).
A Fortaleza Infernal (que também recebeu o título de O Fortim, seguindo o título original do livro) foi uma produção meio conturbada, com a morte do responsável por efeitos especiais (logo depois de terminar o filme) e diversos problema na edição, por conta de conflitos do diretor com o estúdio, que resultaram no filme saindo com uma versão menor do que diretor queria (que de 120 minutos caiu para 96 minutos) , que considerou esse corte truncado e um pouco confuso.
Mesmo assim, é um baita filme, envolvendo um mal ancestral que é libertado acidentalmente por nazistas mal-intencionados de uma construção ancestral e com forças ancestrais tentando impedí-lo.
Perfeito para um jogo RPG, ou para uma campanha, já que o filme é baseado num livro de F. Paul Wilson, que é o primeiro de uma série chamada O Ciclo do Adversário, com seis livros. Esse primeiro livro chegou a ser adaptado para quadrinhos e até para uma aventura para D&D.

O Mestre dos Brinquedas (Puppet Master, 1989, direção: David Schmoeller)
Um grupo de sensitivos paranormais vão passar um final de semana em um hotel afastado e acabam sendo atacados e mortos por bonecos vivos.
Este é um caso tão bizarro quanto seu resumo. Originalmente, o diretor ia fazer outra história e já tinha partes filmadas, mas chegou o produtor Charles Band e veio com a ideia de bonecos assassinos. Então se enfiou no roteiro um brinquedeiro chamado Andre Toulon e seus tais brinquedos e colocaram tudo no tal hotel.
Este filme, um clássico e campeão de reprises no Cine Trash, é meio confuso e não faz muito sentido. Toulon estaria fugindo de nazistas, que queriam roubar sua fórmula para animar bonecos para criar soldados nazistas (de bonecos?). E ele foi parar nesse hotel, onde se matou, mas seus bonecos ficaram lá.
Mas o legal mesmo são o bonecos assustadores e suas formas estranhas de matar. O tema geral é interessante e razoavelmente bacana, tanto que o produtor Band o utilizou para fazer uma série de filmes. Hoje a série tem 15 filmes, incluindo participação e outros filmes e filmes derivados apenas de bonecos específicos.
Em algumas continuações, a ligação de Toulon com os nazistas é mais explorada. Aparecem mais bonecos (até uns bonecos nazistas, os “malvados”) e o estranho pergaminho do Egito Antigo que tem o segredo da reanimação. Da série toda, apenas o primeiro filme é mais ou menos bom, e a qualidade cai vertiginosamente nos seguintes, mas ainda legais de se ver.

Zumbis na Neve (Død snø, 2009, direção: Tommy Wirkola)
Um grupo de estudantes de medicina vai passar férias nas montanhas, para esquiar e acabam sendo atacados por… nazistas zumbis.
A história pode parecer simples (e maluca) mas é divertida e tem sequências de ação e terror bem estranhas e divertidas. Os zumbis aqui tem uma característica extra, que envolve cuidar de um tesouro, os fazendo ficar mais próximos dos antigos draug das lendas nórdicas.
Zumbis na Neve teve uma continuação: Zumbis na Neve 2 (Død snø 2, 2014) onde os zumbis nazistas voltam e tem que enfrentar zumbis russos. Mais ideias estranhas e malucas e bizarras. E com zumbis russos.

O Exército de Frankenstein (Frankenstein’s Army, 2013, direção: Richard Raaphorst)
Um grupo de reconhecimento soviético, nos últimos dias da Guerra recebe uma missão e acabam encontrando um pedido de socorro e vão investigar. Ao investigarem o local de onde teria vindo o tal pedido de socorro, acabam ativando um “zumbot”, uma mistura de zumbi com partes mecânicas.
Acontece que tem um tal “Doutor” está fazendo essas coisas a partir de corpos de soldados mortos no combate com partes “melhoradas”. E o tal doutor, chama-se Viktor Frankenstein e é, surpreendentemente, um descendente do Victor Frankenstein original, que usa anotações do seu antepassado pra zumbots.
Filme de baixo orçamento com uma premissa maluca, mas entrega ação, terror e momentos bem apavorantes, com destaque para as criaturas zumbis com partes mecânicas. E, claro, uma excelente inspiração para um cientista insano durante a Segunda Guerra, um antagonista ideial para uma campanha nesse tema.
Esse filme também recebeu o título nacional de “O Exército das Trevas”.

Bônus: Hellhunters
Não é um filme, mas uma nova série de quadrinhos da editora Marvel, que se passa durante a Segunda Guerra e mostra um grupo de combatentes que enfrentam o sobrenatural na guerra.
O grupo é composto por Wolverine, Nick Fury, Peggy Carter, o Soldado Supremo (uma versão da época para o Mago Supremo, só que soldado, no caso, Sebastian Szardos). Também mostra a origem do Motoqueiro Fantasma de 1944, que serve pra apresentar e reunir os personagens contra uma ameaça sobrenatural nazista.
Minissérie em 5 partes, escrita por Phillip Kennedy Johnson e com arte de Adam Gorham. Ainda sem versão nacional, mas vale a pena conferir.
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Rogerio Saladino,
Múmia Cthulhesca insone de plantão!
Muito bom o artigo e as ideias!!!
Esse mestre dos brinquedos eu lembro vagamente de ter visto 2 o 1º era bem terror, o outro que vi acho que os bonecos são “bonzinhos” salvam umas pessoas de umas mini demônios que estavam sendo invocados, e acho que no final “ressuscitam” seu criador com ajuda das pessoas que resgatam e a alma dele e vai parar num boneco com cabeça preta sem olhos boca ou nariz, mas com reentrâncias que lembram um rosto.
Esse aí é o quarto filme da franquia, O Mestre dos Brinquedos 4. O boneco com cabeça preta se chama Decapitron (mas não é um transformer).
Inicialmente, os filmes 4 e 5 eram pra fechar a série, mas mudaram de ideia e teve mais depois…
Já sei o que vou assistir no final de semana kkkk, eu buscava materiais para ajudar nas ideias de campanhas de Cthulhu, estava pegando umas ideias do The Magus. Uma campanha com brinquedos no estilo Puppet Master parece muito divertida.