[Cenotáfio de Saladino] Horrores Cósmicos e Bizarros!

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Filmes que podem ser do Mythos de Cthulhu… mas sem Cthulhu!

Tem muita gente que chama de “filme de Cthulhu” produções que envolvem terror cósmico, insanidade gradativa e, principalmente, pelo menos um monstro com tentáculos.

Pode ser qualquer bicho bizarro, com muitos tentáculos e coisas disformes, ou pelo menos na forma de uma pessoa vestindo ou manipulando uma roupa de látex ou com maquiagem. Mas com tentáculos. Tem tentáculo, é “filme de Cthulhu”.

Mas o mais curioso é quem diz isso, acidentalmente e sem querer, já entendeu o conceito do Mythos de Cthulhu, um tipo de universo compartilhado de terror, onde um monte de criaturas horripilantes fazem as pessoas não só morrerem, mas enlouquecerem e, em alguns casos, virarem elas mesmas criaturas horripilantes.

Ou seja, a pessoa entendeu o conceito de horror cósmico sem nem sequer pensar muito nele. O horror tá lá, no “filme de Cthulhu”.

E o mais engraçado é que Cthulhu nem é a criatura ou entidade mais presente nos diversos escritos de Lovecraft, apenas é… a que tem a melhor equipe de marketing.

O autor usou muito mais outras monstruosidades e divindades em suas histórias pavorosas, que inspiraram muitas outras obras, livros e filmes. E sim, esses são “filmes de Cthulhu” sem Cthulhu.

Com a eminente chegada do Malleus Monstrorum, suplemento para Chamado de Cthulhu que traz mais informação e traz mais criaturas insandecedoras do Mythos de Cthulhu, confira algumas dessas preciosidades:

A Maldição do Altar Escarlate

(Curse of Crimson Altar, 1969, direção: Vernon Sewell)

Um vendedor de antiguidades retorna a sua cidade natal no interior, em busca de seu irmã desaparecido e acaba encontrando acontecimentos misteriosos, sonhos macabros e um estranho culto ancestral que pode estar ainda em atividade.

Terror clássico, raramente associado a Lovecraft, mas que foi inspirado (ainda que não oficialmente) por Os Sonhos na Casa da Bruxa, envolvendo cultos e bruxaria antiga.

O elenco conta com grandes nomes, como Barbara Steele, Christopher Lee e Boris Karloff.

O Altar do Diabo

(The Dunwich Horror, 1970, direção: Daniel Haller)

Uma adaptação de O Horror de Dunwich, onde Wilbur Whateley vai para a Universidade de Miskatonic para conseguir o Necronomicon para fazer um ritual. O curioso que o culto a Yog-Sothoth é mostrado como um bando de hippies e o próprio Wilbur também! Efeitos especiais pouco especiais e mais… alucinógenos.

Outra curiosidade é que a ator Dean Stockwell, que neste filme interpreta Wilbur, o filho de Yog-Sothoth, 38 anos depois participou de outra adaptação do mesmo conto Caçada de Bruxas (The Dunwich Horror, 2008, direção de Leigh Scott), mas neste interpreta o Dr. Henry Armitage, enquanto Wilbur é interpretado por Jeffrey Combs (que já havia interpretado Herbert West em Re-Animator).

A Abominável Criatura

(The Unnamable, 1988, direção: Jean-Paul Ouellette)

Estudantes resolvem “estudar” e passar a noite em uma casa abandonada, onde os rumores dizem que tem uma criatura “inominável” presa no porão. Claro que tem mesmo!

Um filme ruim e bem fraquinho, que adapta mais ou menos o conto O Inominável e que tem o fato curioso de ter Randolph Carter (o mais próximos de um “herói” que Lovecraft criou) como personagem principal.

O monstro até que é legalzinho e teve uma continuação que era pior que o primeiro.

O Filho das Trevas

(The Resurrected, 1991, direção: Dan O’Bannon)

Um detetive é contratado por Claire Ward para descobrir o que seu marido Charles Dexter Ward está fazendo em cabana no meio do nada. Ele acaba se envolvendo numa trama com magia, mortos trazidos de volta a vida e feiticeiros antigos.

Uma excelente adaptação de O Caso de Charles Dexter Ward por Dan O’Bannon, diretor de A Volta dos Mortos Vivos e roteirista de Alien – O Oitavo Passageiro e Os Mortos Vivos. O’Bannon atualiza o conto (pra época do filme) de forma incrível e tem Chris Sarandon (o vampiro de A Hora do Espanto) numa interpretação dupla espetacular.

Dagon

(Dagon, 2001, direção: Stuart Gordon)

Um casal sofre um acidente de barco e vão parar numa cidade litorânea beeeem estranha, com pessoas assustadoras e onde algo bem sinistro deve estar acontecendo. E está.

Este filme de Stuart Gordon (um dos diretores que melhor adaptava Lovecraft para o cinema) usa elementos do poema Dagon e do conto A Sombra sobre Innsmouth. Tem até algumas boas referências, como a cidade que se chama Imboca, que é uma piada com Innsmouth (In- Im, Mouth-Boca).

Mostra abissais (e meio-abissais) e Dagon de uma forma bem interessante, e a pavorosa cidade de Imboca/Innsmouth, apesar de alguns efeitos especiais meio datados…

A Cor que Caiu do Espaço

(Color Out of Space, 2019, direção: Richard Stanley)

Um meteoro cai numa fazenda antiga no meio do interior, onde seu atual proprietário Nathan acabou de se mudar, com sua esposa e filhos.

Mas havia alguma coisa a mais no meteoro, que começa a infectar e causar mutações na vegetação e nos animais do local. Incluindo a família de Nathan.

Nova versão cinematográfica de A Cor que Veio do Espaço – já teve uma em 1965, com Boris Karloff chamada Morte para um Monstro (Die, Monster, Die), que não era tão fiel ao conto como esta.

O diretor Richard Stanley mistura horror cósmico com visuais delirantes e bizarros e enlouquecedores, que conseguem mostrar e apresentar umas das criaturas mais impossíveis de se representar numa tela de cinema.

Mas toda a mitologia de Mestre dos Brinquedos (que por vezes se contradiz de um filme para outro) é bem interessante, mesmo precisando de alguns ajustes.

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– Rogerio Saladino,
Escriba e bibliotecário yithiano.

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