Começo este texto empolgado com o tão aguardado livro dos mortos! Definitivamente um suplemento do qual a comunidade se empenhou em pedir, desconfio que tanto quando “Pólvoras e Engrenagens” ou até mais. E agora que o tenho em mãos – nesta altura, não é mais novidade que o PDF está pronto – devo começar este texto dizendo: Tenho mil e uma ideias após lê-lo.
O livro dos mortos do qual me refiro aqui não é um necronomicon qualquer, ele conta uma história à partir de um ponto de vista – de um grande narrador, diga-se de passagem. Sendo assim, este elemento torna tudo mais divertido. De certa forma, é como um diálogo, portanto, com um grande conhecedor dos mortos. E é isto que este livro proporciona, conceitos sobre a desmorte e necromancia, de modo antes não abordados.

O livro dos mortos e o debate sobre a desmorte e necromancia
Antes de tudo eu poderia resumir esse tópico dizendo que “Orações para os vivos” e “Hinos para os mortos” são capítulos sobre os personagens. No entanto, isto seria extremamente reducionista. Para aplacar vossa ansiedade, os capítulos referem sobre biografias, arquétipos, talentos e até objetos. Em síntese, de maneira nenhuma esse resumo é capaz de representar o que os dois primeiros capítulos refletem; ou ponto forte são os mistérios da desmorte e a necromancia.

Em “A Natureza do Antinatural”, temos a brilhante explanação, digna de debates filosóficos: “Filósofos têm debatido a definição de “vida” há muito tempo, sem resultado. Um estudo mais rigoroso oferece uma resposta mais clara a essa pergunta: a vida é aquilo que pode servir de hospedeiro para a desmorte”. Este não é o cerne do capítulo, em minha opinião, mas dá o tom do debate que é feito pelo narrador ao longo das páginas, e muitas vezes ele busca, inclusive, quebrar pontos estereotipados dos preconceitos acerca da necromancia. Em “Uma magia de malevolência” ele propõe: “A energia negativa que anima os mortos-vivos também os impregna com uma profunda antipatia pelas criaturas vivas”, no que tange a apatia dos mortos-vivos e o que parece seu ódio gratuito com os vivos.
Por outro lado, a necromancia enquanto estudo, também é levantada como ponto de debate quase científico. Percebemos isso quando o narrador propõe que a Necromancia não pode ser o estudo da morte, pois “morte nada mais é do que a ausência de força vital. Um necromante não pode estudar a natureza da morte, assim como um elementalista não pode estudar a falta de fogo”. Debates sobre o viés enviesado dos medos acerca da morte são abordados, de maneira a desmistificar a prática. E se os mortos pudessem minerar, arar terras e até lutar incansávelmente?
O título ainda é um livro de RPG… certo!?
De fato lendo, descobri a mais valiosa lição sobre o “Book of Dead”, de que ele serve como algo a mais do que apenas um livro de RPG. No entanto, naturalmente, ele ainda é um livro de RPG, com teorias fantasiosas sobre a morte… Ou será que não? No terceiro capítulo, ele apresenta a Cripta Sombria, onde as estatísticas dos desmortos são revistas e reapresentadas. Definitivamente apenas esse capítulo já seria uma chado e tanto, para quem pensa em uma campanha inteira com mortos-vivos, é um prato cheio.

Além dos benefícios de poder jogar com biografias como aprendiz de necromante, trabalhar na patrulha noturno e ser exorcista, ele apreseta a possibilidade de ser um Lich. O livro possibilita que fantasmas, geists, ghuls, inumanos, múmias, vampiros e zumbis habitem sua mesa (cruzes). Por fim, são mais de 50 criaturas e suas estatísticas, pelo menos.
Para além de Geb e a marcha dos mortos
Sobretudo as vantagens já expostas, que por si só já justificariam o livro, temos mais, territórios e uma aventura. Em suma as terras de Geb já são conhecidas por permitirem a coexistências de vivos e desmortos. Ainda, o livro apresenta as Terras Sepulcrais, onde a guerra entre mortos-vivos e vivos perdura incansavelmente. Analogamente Mzali é um reino governado pela criança-rei Walkena, uma criatura que foi mumificada após sua morte. Por fim, a vastidão de possibilidades é grande nos nove territórios aqui apresentados.

E para os amantes de aventuras com mortos-vivos, a marcha dos mortos é uma pequena aventura (que talvez sirva de one-shot). A aventura começa na cidade de Trunau, em Belkzen, onde a membra do conselho Agrit Staginsdar chamos personagens com um pedido. Ela serve para quatro personagens de terceiro nível, levando-os ao final da aventura, ao quarto nível.
No financiamento coletivo teremos: O grande assalto dos brinquedos
No mesmo financiamento de Livro dos Mortos teremos outro atrativo. Caso ainda não conheça o grande assalto dos brinqudos (do original: The Great Toy Heist), é uma aventura breve, para quatro personagens do segundo nível, que apresenta personagens pré-prontos! Os personagens são Fofura Matadora (bárbara), Filhotinfernal (bruxo), Marcela, a marionete (ladina) e O mago de lata (mago).

E isso é tudo pessoal, indico fortemente a realização dos apoios para aqueles que puderem. Fiquem bem, boas rolagens, um abraço e até a próxima!
A campanha entra no ar na data de hoje, 28/04 e dura até 12/06, e você pode conhecer clicando no link
Acesse nosso grupo de Pathfinder no whatsapp
Acesse nosso grupo de avisos
Conheça mais da linha Pathfinder aqui
Texto escrito por Paulo Henrique Tarasinschi